A Bienal do Lixo retorna em 2025 para sua segunda edição, convidando o público a refletir sobre consumo consciente, gestão de resíduos e soluções sustentáveis. O evento acontece de 21 a 25 de maio no Parque Villa-Lobos, em São Paulo, com uma programação que reúne atividades artísticas, interativas e educativas.
O espaço receberá uma exposição com obras de dez artistas que utilizam resíduos como papelão, eletrônicos e plásticos para criar arte. Segundo Mário Frias, diretor da Bienal, a ideia é mostrar que a arte tem o poder de provocar mudanças de comportamento e inspirar um olhar mais responsável para os desafios ambientais.
Pensando nisso, a nova edição contará com uma área dedicada à ativação de patrocinadores e apoiadores alinhados à temática da sustentabilidade. Entre as atrações inéditas está a Casa do Futuro, espaço interativo que apresentará práticas ecológicas viáveis e simples de incorporar ao cotidiano. Outro destaque será o Desfile de Moda Consciente, que convida à reflexão sobre os impactos da indústria têxtil no meio ambiente.
A Bienal deste ano também recebe a ONG Ocean Sole, do Quênia, com duas obras produzidas a partir de chinelos reciclados coletados em praias e oceanos. Oficinas criativas com atividades práticas integram a programação, incentivando o público a experimentar soluções sustentáveis no dia a dia.
Entre as experiências está a Miniusina de Transformação, que utilizará tampinhas plásticas recolhidas no local para criar novos objetos, como chaveiros e porta-copos, por meio de processos de trituração, derretimento e moldagem.
A agenda inclui ainda os Painéis de Diálogos, nos dias 21 e 22 de maio, com conversas e palestras sobre temas atuais relacionados ao meio ambiente, e a Mostra de Cinema, entre os dias 23 e 25, com exibição de curtas, médias-metragens, documentários e vídeos sobre arte, sustentabilidade e natureza.

Com curadoria das agências La Mela e Usina e viabilizada pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, do Ministério da Cultura, a Bienal do Lixo ocupará uma área total de 3.000 m² no Parque Villa-Lobos.
A Casa do Futuro
A Casa do Futuro será uma das principais atrações da Bienal do Lixo 2025. Construída a partir de blocos 100% reciclados, a estrutura de 80 m² combina design contemporâneo, impacto ambiental reduzido e reaproveitamento de resíduos em materiais de alto valor agregado. O projeto é assinado pela Fuplastic, indústria brasileira especializada em soluções construtivas sustentáveis e inteligentes.
Para a construção, foram utilizados 5 mil blocos plásticos, equivalentes a 2,5 toneladas de resíduos retirados da natureza. O espaço, totalmente mobiliado, poderá ser visitado pelo público durante todos os dias do evento. A experiência inclui painéis informativos sobre o método construtivo adotado e elementos visuais que aproximam os visitantes do universo da reciclagem, como flakes e tampinhas em acrílico.

Além da proposta arquitetônica, a Casa do Futuro será alimentada pela energia do veículo Haval H6, da GWM Motors, maior montadora de veículos privada da China. O modelo possui um plug-in que permite fornecer energia elétrica (220 volts ou bivolt) a diversos equipamentos externos, como televisores, computadores e celulares.
Segundo Rita-Reis, diretora-executiva da Bienal, é ideia é transformar a percepção das pessoas sobre o plástico reciclado, mostrando que ele pode ir muito além do uso convencional e ganhar protagonismo em soluções arquitetônicas inovadoras e sustentáveis, além de promover uma reflexão de que podemos ressignificar o lixo em praticamente todos os ambientes de uma casa.
Ação da Klabin
Durante a Bienal do Lixo 2025, a Klabin apresentará a experiência interativa “Da floresta ao futuro”, com atividades educativas voltadas à conscientização sobre florestas plantadas e à exibição de parte de seu portfólio de soluções em celulose, papéis e embalagens de papel.
A ativação é dividida em três etapas. Na primeira, os visitantes poderão participar do quiz interativo “Você entende de florestas plantadas?”, que avalia o conhecimento sobre cultivo responsável e manejo florestal sustentável. Na sequência, será exibida uma amostra dos produtos da Companhia, com foco em soluções de base renovável que estão presentes no dia a dia, como celulose, papéis e embalagens.

Na etapa final, o público interagirá com o “Compromisso circular – o o que transforma”, onde poderá escolher uma mensagem que represente seu posicionamento e registrar sua na estrutura.
A programação da Klabin também inclui participação nos Painéis de Diálogos da Bienal. No dia 21 de maio, das 14h20 às 15h30, o gerente regional de Embalagens da companhia, Alvim Jorge, será um dos convidados do “Avanços na Economia Circular no Brasil”, com entrada gratuita mediante reserva pelo Sympla.
Durante as oficinas e atividades da Bienal, os visitantes terão o ao KlaCup Bio, copo produzido com papel, reciclável e biodegradável. O diferencial está na barreira impermeabilizante, feita a partir de material de origem renovável, sem o uso de plástico em sua composição.

A Klabin apoia a Bienal do Lixo desde sua primeira edição, em 2022, por reconhecer o valor de iniciativas que promovem o consumo consciente e disseminam conhecimento sobre economia circular. A Companhia reforça, com essa presença, seu compromisso com soluções sustentáveis e com a educação ambiental, destacando o papel dos produtos recicláveis e de base renovável no cotidiano das pessoas.
Outros destaques
A Bienal do Lixo 2025 contará com obras de artistas que exploram diferentes linguagens, materiais e propostas, todas conectadas pela mesma premissa: ressignificar resíduos por meio da arte. Nesta edição, os trabalhos abordam desde questões ambientais e marinhas até temas relacionados à identidade, memória e transformação social.
Entre os destaques está a participação de Jota Azevedo, que apresentará uma nova coleção em relação à edição anterior. O artista promete trazer uma coleção diferente da anterior, que foi com quadros de algumas personalidades marcantes da ciência. Agora, são quadros de animais marinhos e uma escultura de um felino.
Agatha Faveri levará à Bienal pinturas com forte impacto visual, criadas a partir de materiais descartados usados em seu próprio processo artístico. Ela explica que são coisas que utiliza no dia a dia, como fita crepe usada, pincéis velhos, latas de spray vazias, tampas plásticas das latas, tudo ressignificado em forma de obra.
O artista Calvo apresentará obras que alertam para o descarte inadequado de resíduos nos mares e rios. As peças serão construídas a partir de materiais como chapas de ferro, vergalhões, vidros, plásticos, alumínio, madeiras e tecidos.
Gabriel Gombossy levará duas criações à Bienal. A primeira será revelada apenas no primeiro dia do evento, mas a artista adianta que a obra simboliza a infância, a imaginação e a criatividade, usando um material que carrega a essência da experimentação, onde a arte e a sustentabilidade se encontram. A segunda será um feito com sobras de tubulações descartadas em obras públicas e residenciais.
Debora Muszkat, que trabalha com reaproveitamento de vidro desde 1974, também integra a mostra. Desde o ano 2000, a artista mantém um projeto de profissionalização de pessoas por meio do uso de resíduos. Para a Bienal, Debora leva um totem de 2,80 metros de altura, com estrutura de ferro e revestimento feito inteiramente com reaproveitamento de vidro.

Marcos Sachs apresentará três obras criadas exclusivamente a partir de materiais descartados, como plásticos, madeira, alumínio, ferro, papelão, latas, gavetas, ventiladores, sucata de eletrônicos e móveis antigos. Duas instalações de porte médio e uma escultura de porte menor. As três obras são confeccionadas exclusivamente com materiais de descarte trazem como tema retratos de personalidades que dedicaram suas vidas à defesa de causas como a valorização do conhecimento, da diversidade, da educação, da paz e da liberdade.
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