Vivemos em um mercado hiperfragmentado, onde marcas precisam falar com até quatro gerações simultaneamente: Baby Boomers, Geração X, Millennials, Gen Z e, mais recentemente, Gen A. Se antes o desafio era segmentar, hoje é unir. E eventos são o palco perfeito para essa conexão — quando feitos com maestria. Quem já organizou uma grande produção sabe: não basta reunir pessoas; é preciso criar uma experiência que ressoe em cada uma delas, mesmo que de formas distintas.
Cases como o Réveillon da Paulista, o Volks Festival e as megacampanhas de Black Friday comprovam na prática a viabilidade dessa conexão geracional. E essa ligação não está tão distante assim. Pode parecer que os mais jovens buscam momentos "instagramáveis" e os mais velhos valorizam atendimento humanizado, mas, na realidade, ambas as gerações priorizam interações verdadeiras, personalizadas e que agreguem valor tangível ao desenvolvimento de cada um. A diferença está na forma, portanto, a pergunta é: como transmitir uma única mensagem de marca para públicos com comportamentos e estágios de vida tão diferentes?

A resposta está nas pontes emocionais. Na empresa em que lidero, acreditamos que o segredo é construir experiências as quais, embora vividas de forma única, compartilhem um mesmo significado essencial. Não se trata de diluir a mensagem, mas de torná-la multidimensional (ou multigeracional) — como uma música que soa diferente para cada ouvido, mas mantém a harmonia.
Assim, eventos bem-sucedidos trabalham em três níveis: cognitivo (informações adaptadas a cada perfil), emocional (gatilhos que transcendem idades) e comportamental (interações variadas para diferentes públicos). Quando acertamos essa tríade, um executivo e um adolescente podem sair do mesmo evento com a mesma percepção da marca, mesmo tendo vivido momentos completamente diferentes.
Existem, assim, três estratégias-chave para conectar gerações em eventos:
A primeira é usar memórias afetivas como âncora. A nostalgia é uma ferramenta poderosa. Um show com tributo aos anos 80 pode emocionar quem viveu a época e despertar curiosidade nos mais jovens — desde que a experiência seja atualizada visualmente;
A segunda é tratar a tecnologia como ponte, não como barreira. Enquanto os mais novos interagem por metaverso, é essencial manter uma versão física equivalente. Ninguém pode se sentir excluído — especialmente o público sênior, que valoriza o contato humano.
A terceira estratégia é a hierarquia de informação. Em um mesmo stand, o avô quer especificações técnicas; o pai busca preço e o filho quer saber se é digital, mas valoroso para a sua vida. A solução? Sinalização em camadas: painéis técnicos, displays digitais com promoções e adesivos colecionáveis com hashtags.

O futuro está na personalização em massa. O caminho são experiências modulares, onde cada geração encontra um caminho natural, mas todas convergem para o mesmo objetivo de marca. Não se trata de criar mensagens diferentes, e sim de permitir múltiplas formas de absorvê-las.
Em um mundo de nichos, eventos amplos são como jantares de família. O segredo não está em servir pratos diferentes para cada um, mas criar refeições onde todos encontrem o seu sabor preferido — e descubram novos juntos. E essa é a verdadeira arte do Live Marketing e do Brand Experience no século 21.
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