No comércio eletrônico, grande parte dos esforços costuma se concentrar em atrair visitantes, aprimorar a navegação no site e desenvolver promoções agressivas. No entanto, existe uma etapa menos visível que muitas vezes é negligenciada: o momento do pagamento. Pequenas falhas técnicas ou configurações inadequadas podem levar à recusa de transações legítimas, o que frequentemente resulta em vendas que não são recuperadas.
Em um caso recente, avaliado pela Divibank, cerca de 9% das transações foram recusadas na primeira tentativa durante um período promocional. Com a adoção de medidas simples, como a reiteração automatizada da cobrança e ajustes na estrutura de pagamentos, foi possível recuperar mais da metade dessas vendas. A taxa de aprovação saltou de 91% para 96%, refletindo um aumento de até 5% no faturamento desses e-commerces.
A orquestração de pagamentos tem se mostrado uma das estratégias mais eficazes para reduzir recusas desnecessárias. Embora ainda seja vista como algo complexo ou a grandes varejistas, essa prática começa a se expandir também entre empresas de médio porte. Com ela, é possível contornar falhas específicas de adquirentes, elevar a taxa de autorização e evitar perdas silenciosas.

Rebecca Fischer, cofundadora e Chief Strategy Officer (CSO) da fintech, destaca que a taxa de aprovação nas transações com cartão varia conforme o setor, e esse indicador precisa ser monitorado de perto. Segundo ela, acompanhar de forma constante esse índice é fundamental para identificar padrões ou desvios.
Caso haja queda ou comportamento atípico, o ideal é contatar a adquirente para entender a causa do problema. Esse monitoramento contribui para que os meios de pagamento operem da melhor forma possível dentro da realidade de cada negócio.
Embora a diferença entre uma taxa de aprovação de 91% e outra de 96% possa parecer pequena, o impacto na receita é direto. Em vez de focar apenas em estratégias de tráfego ou concessão de descontos, revisar a estrutura de pagamentos pode representar um caminho mais eficiente e econômico para crescer.

Em um mercado competitivo, com consumidores cada vez mais exigentes, garantir que uma venda não seja perdida por uma falha técnica pode ser o diferencial necessário para manter a saúde financeira da operação. Muitas vezes, não é o produto, o preço ou o frete que impedem a conversão, mas sim uma recusa silenciosa no momento decisivo do pagamento.
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