Hoje, mais do que nunca, as empresas precisam entender que sustentabilidade não se trata de uma opção, mas sim de uma necessidade estratégica. A verdadeira agenda verde emerge quando conectamos o negócio à responsabilidade ambiental. E isso significa buscar formas de reduzir o consumo de recursos naturais, minimizar a poluição, gerenciar os resíduos de forma adequada, promover a reciclagem e investir em tecnologias sustentáveis. Um caminho longo? Sim, mas muito necessário.
E todas as empresas, independentemente do tamanho ou do setor, têm papel importante na promoção da sustentabilidade ambiental e no combate aos efeitos das mudanças climáticas. É fundamental haver o entendimento de que contribuir com a preservação do planeta é uma questão conectada com o futuro dos negócios. E não se trata de um problema específico para uma organização resolver. É um compromisso a ser compartilhado com todos.
Empresas de menor porte tendem a ter mais agilidade para se adaptar aos novos propósitos ou a realizar mudanças rápidas. No entanto, podem enfrentar limitações de recursos na hora de concretizar plenamente as transformações. Por outro lado, grandes organizações podem dispor de mais recursos, mas têm o desafio de redirecionar estruturas complexas e modelos de negócio já consolidados. Diante disso, é preciso entender que nenhuma realidade deve servir como justificativa para a questão da inércia quando o assunto é sustentabilidade.

Essa é uma agenda contínua, de responsabilidade do hoje para mantermos um amanhã com mais sustentabilidade. É a oportunidade de desenvolvermos tecnologia para termos retorno desse investimento nos médio e longo prazos, além de entender como a nossa produção atual pode ser maximizada em um próximo futuro. Para termos esse cenário estável para próximas gerações, o o tem que ser dado no curto prazo, e de forma contínua, sempre aprimorado ao longo do caminho.
E isso vale para todos. É possível comparar tal desafio com as práticas de reciclagem: não adianta apenas algumas pessoas separarem corretamente o lixo se o restante não fizer o mesmo. Além disso, é fundamental que exista um plano de recolhimento e tratamento dos materiais para acontecer um reaproveitamento com geração de valor, de modo a envolver órgãos públicos, entidades de reciclagem e indústria de transformação. Afinal, tudo está conectado e precisa acontecer em conjunto.
Mudanças climáticas e os negócios
Os efeitos das mudanças climáticas sobre os negócios já são concretos e mensuráveis, como observado no cultivo de café arábica, por exemplo. De acordo com análises realizadas por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e dos institutos federais do Mato Grosso do Sul e Sul de Minas¹, o Brasil poderá perder cerca de 50% das áreas propícias ao cultivo de café arábica até 2080, o que nos mostra que as mudanças climáticas representam um desafio sistêmico, exigindo ações coordenadas das empresas de todos os portes e setores.
Outro exemplo do impacto do clima foi constatado no experimento “Trabalho em risco diante de um calor que não é normal” ², publicado em 2023, conduzido pelo veículo independente El Surti, no Paraguai, que analisou a rotina de entregadores de delivery durante períodos de calor extremo. A pesquisa revelou que, nessas condições, a disponibilidade de trabalhadores diminui significativamente, o que impacta a operação e a lucratividade das empresas envolvidas. Essa realidade, embora observada no Paraguai, reflete um desafio crescente em toda a América Latina, onde as ondas de calor cada vez mais intensas colocam em risco tanto a saúde dos trabalhadores quanto a eficiência dos serviços.
Responsabilidade de todos
Sabemos que o cenário econômico desafia, não só empresas, mas a sociedade como um todo. E é justamente nesse contexto que o equilíbrio se torna ainda mais essencial, pois a sustentabilidade precisa deixar de ser uma pauta apenas para “os outros” — como grandes players, setores mais expostos e líderes de mercado — e ar a ser compreendida como uma responsabilidade social. Afinal, mesmo quando falamos de empresas, devemos levar em consideração que negócios são feitos por pessoas, e decisões sustentáveis nascem no cotidiano.

A grande questão agora a a ser: como garantir as entregas e os resultados de hoje sem comprometer a capacidade de entregar valor no futuro? Esse é o verdadeiro desafio estratégico das organizações contemporâneas — atuar com agilidade e eficiência no curto prazo, sem perder de vista os compromissos ambientais, sociais e econômicos de médio e longo prazo. Por isso, te convido a refletir sobre o seu papel nessa transformação. Sustentabilidade não é um problema dos outros. Mas sim uma construção coletiva que começa em cada atitude.
E você? Já se perguntou qual a sua contribuição para a jornada de aprimoramento sustentável das empresas e do mercado?
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